27 de novembro de 2012

LIVE METAL FEST: UNIÃO UNDERGROUND


Festival reuniu as bandas Kyhary, Against Tolerance, Screams of Hate, Command6 e Trayce

Texto e fotos: João Messias Jr.

Primeiras Impressões e convidados ilustres

Marcelo Carvalho (Trayce)
Com a enxurrada de shows internacionais e nacionais (Gloria, Creed, Arch Enemy e Black Label Society), a primeira edição do Live Metal Fest, organizado pelo vocalista da banda Screams of Hate, Clayton Bartalo tinha o risco de ter poucos headbangers loucos para conhecer mais sobre as bandas nacionais.

Mas, contrariando todos os prognósticos e expectativas, o Inferno Club, localizado na baixa Augusta, recebeu um bom público, que com toda a certeza, saiu satisfeito pela qualidade de todas as bandas que se apresentaram no festival.

Além das bandas, a primeira edição do Live Metal Fest teve dois convidados ilustres: Rodrigo Branco (KISS FM) na discotecagem, que teve apenas sons de primeira como Benediction, Fight, Pantera e as brazucas Dr. Sin e MonsterO outro foi Vitor Rodrigues (Voodoopriest), que atacou de Mestre de Cerimônias apresentando as bandas que subiam ao palco.

As apresentações contaram com as bandas Kyhary, Against Tolerance, Screams of Hate, Command6 e Trayce, que apresentava o vocalista Marcelo Carvalho.

Kyahry: Tudo que tem Jackson vai bem

Luciano Bleker (Kyhary)
A primeira banda da noite foi o quarteto Kyhary, que mandou uma thrashera, que mescla as escolas dos anos 80 e 90 (Forbidden e Machine Head).

Com riffs gordos e um som redondinho, o quarteto mesclou sons do seu primeiro CD, como Bomb Man, a inédita Não Me Controlo e uma versão para Refuse Resist (Sepultura), que contou com Clayton (Screams of Hate) dividindo as vozes com Luciano Bleker.

E como os guitarristas “vestem” guitarras Jackson, tudo saiu conforme o planejado!

Against Tolerance – Experimentações Extremas

Hugo e Vitor (Against Tolerance)
Se havia um grupo que eu não esperava muita coisa era o Against Tolerance. O trio formado por Vitor Horvath (guitarra/voz), Hugo Bispo (baixo/vocal) e Biel Astolfi (bateria/vocal) fazem um som pesado, mas com algumas experimentações (alguns de seus membros eram do Undefined), com destaque para as interessantes camadas de vozes que produzem.

A apresentação teve como pontos altos as músicas Try Again,Fail Again, Fail Better; Dies Irae e as versões para As Daylight Dies (Killswitch Engage) e Redemption Song (Bob Marley), que tirando a introdução doom e umas quebradas, virou um som visceral que deixaria o rei do reggae orgulhoso.

Screams of Hate: Mesclando escolas

Clayton Bartalo (Screams of Hate)
O som do quinteto faz uma mescla interessante de várias vertentes do metal: passeia pelo Death dos anos 90 (Benediction/Gorefest) até tendências mais atuais como Fear Factory e Messhuggah, que para quem conhece sabe o que esperar: groove e peso.

Outra curiosidade da banda é que nas partes mais viscerais, o vocalista Clayton usa uma espécie de megafone, que proporciona mais brutalidade ao som. Tudo movido a instrumentistas que seguram muito bem nas cordas e bumbos.

Os destaques da apresentação foram às músicas Narcotic e Your Soul Will Pain, do EP Corrupted, além de uma versão para Arise (Sepultura).

O Screams of Hate foi a primeira banda que o público fazer inaugurar as rodas da noite!

Command6: Possuídos

Attílio Negri (Command6)
Uma piração extrema! Assim se pode definir o som do quinteto. Usando e abusando de influências como Slayer, Pantera e Machine Head, tem como destaque o vocalista Wash, que tem uma postura de palco insandecida, lembrando o mestre Vitor Rodrigues, além de  uma garganta privilegiada. 

A banda produz interessantes camadas de vozes, que ao vivo tem o auxílio de Johnny Hass (baixo) e Bruno Luiz (guitarra), e assim, executam algo insano e ao mesmo tempo bem trabalhado.

Da apresentação o ponto alto foi a execução de So Cold, do mais recente trabalho, Black Flag, que deixou o público a beira da insanidade, visto as rodas que permearam por toda a apresentação.

Trayce: O cara é do ramo

Alex Gizzi (Trayce)
O Trayce foi uma banda que passou por alguns  maus bocados nesses tempos. Primeiro, teve a mudança de nome (antigamente chamava Ace 4 Trays), logo as vésperas do lançamento de Bittersweet. Depois, ocorreu a saída do vocalista Diego Prado.  Não desanimaram, foram pra luta e  recrutaram Marcelo Carvalho, ex-Hateful, que ficou conhecido por ter participado do programa do Raul Gil.

A desconfiança pelo fato do vocalista ter participado deste tipo de programa foi logo água abaixo, pois o moço provou que é  do ramo e segura muito bem a bronca. Com um gogó que manda bem nos graves e os berros, conduziu o massacre por meio dos sons Price to Pay, Let it Burn, Land of Hatred, Made of Stone e Roll the Dice, que antes de sua execução, teve problemas no baixo, que teve de ser trocado. 

Aí a solidariedade entrou em cena com Hugo do Against Tolerance emprestando o instrumento para que o show terminasse.

Grande apresentação, que apesar dos problemas de retorno do vocal e o já citado caso do baixo, me deixou curioso para ouvir o frontman cantar sons como Edge of the World e New Home.

Saldo Positivo

O festival teve saldo positivo, com o término no horário, privilegiando aqueles que dependem do transporte público. 

Outro destaque foi o público, que mostrou sua força ao prestigiar todas as bandas, que cada qual no seu estilo, não devem nada para as gringas e que se tiverem a atenção merecida, tem tudo para atingirem o patamar de grupos como Krisiun, Korzus e Torture Squad.

Ficamos no aguardo da próxima edição, que rola em fevereiro do próximo ano!

4 comentários:

Anônimo disse...

fest foda com shows muito foda, não ficou devendo nada pra nenhum show gringo!!!!! parabéns à organização!!!!!

Anônimo disse...

Queremos mais esse tipo de Festival, no Brasil todo!!

Marcos Costa disse...

ANIMAL!!! no aguardo do proximo!

@MarceloC_Rock disse...

Iaeh bangers!! Aqui é o Marcelo Carvalho novo vocalista do TRAYCE. Queria agradecer aqui também pela recepção maravilhosa da galera, pois encarar uma banda que já vem de uma essência formada não é fácil. Mas tudo tem soado muito positivo pra banda e pra quem já acompanhava, ou está conhecendo o novo TRAYCE. E muito obrigado pelas palavras nessa matéria. Grande Abraço a todos #UniãoUnderground

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