Apresentação de
quarteto mostrou que a Grécia possui um dos nomes mais poderosos do estilo
Texto e fotos:
João Messias Jr.
A banda grega Suicidal Angels deu aos bangers o que eles
queriam: Thrash Metal e pescoços dilacerados. Os gregos, formado atualmente por Nick
Melissourgos (vocal/guitarra), Angel Kritsotakis (baixo) e Orfeas Tzortzopoulos
(bateria) apresentaram muitas novidades. Além do novo álbum, Eternal
Domination, foi uma das primeiras apresentações do guitarrista Chris Tsitsis com a banda.
Nesta noite atípica, com muita chuva e frio em pleno verão, foi a minha
primeira vez no Hangar 110, localizado próximo ao metro Armênia. Conhecido por
sua tradição no punk/hardcore, a casa está acostumada a receber atrações
nacionais e internacionais de renome como Matanza, Ratos de Porão, At the
Gates, só para citar alguns.
Renê Simionato (Guillotine) |
A primeira banda que se apresentou nesta noite foi o
quarteto Guillotine, que apresentava a nova formação, com o baixista Renan
Carrenho (ex-Depressed), que junto aos asseclas Rene Simionato (guitarra/vocal),
Luis Pizano (guitarra e vocais limpos) e Gil Oliveira (bateria, Necromesis), apresentaram
novos sons, alguns com contornos épicos e setentistas, que junto ao habitual
Speed/Heavy/Thrash tem tudo para conceber um registro no mínimo interessante.
O show do quarteto encerrou com Terminator, que possui um
dueto de guitarras de fazer inveja aos grupos de NWOBHM.
Baita show de uma noite que estava apenas começando!
A realização de
um sonho
Flávio Soares (Leviaethan) |
Quando eu era garoto, não trabalhava e dessa forma não
tinha capital para comprar discos. Então para comprar os bolachões, juntava
jornal, latinha, e garrafas vazias. Claro, nunca dava para comprar os álbuns de
bandas consagradas, mas felizmente dessa forma conheci diversos tesouros da
cena nacional, entre eles o Leviaethan. Foi a realização de um sonho ver Flavio
Soares (baixo/vocal), agora acompanhado pelos asseclas Manoel e Denis Blackstone (guitarras)
e Ricardo “Ratão”(bateria).
A apresentação dos gaúchos foi especial por alguns
aspectos. O primeiro é que estavam em divulgação do relançamento em CD do
primeiro álbum, Smile (1990) e o outro que se apresentavam num formato
diferente de habitual. Como o vocalista Flávio estava inapto para tocar baixo (segundo ele, graças a “uma merda” que ele fez no Ano Novo), a banda se
apresentou com uma guitarra apenas, com Manoel fazendo às vezes no baixo.
Foi realizar mais um sonho ouvir canções do debut como The
Last Supper, AIDS e Echoes From the Past, que embora sejam cruas e nos remetam
aos primórdios do Thrash, esbanjam energia. Além delas, o quarteto executou,
Disturbed Mind e as novas The Time Has Come (Yours) e Hell is Here, que farão parte do
terceiro trabalho da banda.
Só faltou o hino Pimponetta, mas nada que ofuscasse o brilho dessa apresentação.
Nessa hora, o público começava a encher a casa e ocorreram
as primeiras rodas.
Nova formação
Adriano Perfetto, Helio Patrizzi (frente) e Enrico Ozio (Bywar) |
Já com um ótimo público, quem também apresentava nova
formação era o Bywar, que agora atua como um trio. Adriano Perfetto
(guitarra/vocal), Helio Patrizzi (baixo) e Enrico Ozio (bateria) seguram bem as
pontas neste formato e penso que outra guitarra não faz falta ao som dos caras.
Disse em outras resenhas, mas se torna pertinente falar: quem conhece o som dos caras desde a sua fundação, nos anos 90,
percebe que os caras se livraram das influências germânicas e hoje praticam uma
música própria, original, oitentista e livre de modismos.
Assim como o Guillotine, essa foi a melhor apresentação que vi dos caras!
Grécia em crise?
No metal, não!
Nick Melissougos (Suicidal Angels) |
Após umas "introduções" com músicas atípicas para o público, às 22h30 em ponto, começou a apresentação do Suicidal
Angels. De forma direta, os gregos deram o que o público (que já lotava a casa)
queria: muito thrash. O legal dos caras é que embora possuam aquela “pegada”
européia, escapam do esquema alemão, provando que é possível absorver
influências do som clássico e montar uma cara própria.
O nível técnico dos caras é muito bom, alternando riffs
pesadíssimos e solos vindos do Metal Tradicional, com destaque para Chaos (The
Curse is the Burning Inside), a pegajosa The Pestilence of Saints, com um refrão
sensacional, Reborn in Violence, Moshing Crew e o encerramento com
Apokathilosis.
Alguns fatores fizeram dessa apresentação algo marcante,
que embora ainda estamos no começo do ano, tem tudo para figurar entre as
melhores de 2013: a postura do vocalista/guitarrista Nick Melissourgos, que soa
como uma espécie de "general" ditando ordens para o público, além de uma postura
(apenas em cima do palco) sisuda, de fazer inveja para Dave Mustaine (Megadeth)
e Ritchie Blackmore (Blackmore’s Night). Dessa forma, o músico “convocava”
os bangers para subir ao palco e saltar ao público.
Outro fator de orgulho foi ver o baixista Angel Kritsotakis,
tocar com a camisa do Krisiun, evidenciando a importância do trio gaúcho na
cena extrema.
Apesar de um show curto, com pouco mais de uma hora, foi uma excelente noite de Thrash com toda a certeza! Vamos cruzar os dedos e torcer para virem novamente, de preferência para um local maior!
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