30 de julho de 2013

REVIERE: A COLISÃO DE DOIS MUNDOS

“Quinteto paulista mostra como fazer um som pesado, acessível e assim unir fãs de várias vertentes do rock”

Por João Messias Jr.

Matilha
Divulgação
Apesar de há um bom tempo as pessoas (maioria) terem dito "sim" para as bandas que cantam em português, infelizmente muitos grupos ainda teimam em errar a mão, soando grosseiro ou soft. Mas o quinteto do ABC paulista, Reviere, não apenas mostra a forma correta de se fazer a coisa, como tem tudo para ser uma referência para os fãs de rock e metal, o que pode ser conferido em seu primeiro registro, o EP  Matilha.

Como? Muito simples de explicar! O quinteto formado por Paulo Bertelli (voz), Rangel Fernandes e Marcus Vinícius (guitarras), Marcelo Henrique (baixo) e Rudá Costa (bateria) não buscou por soluções astronômicas e complexas, apenas tocar com tesão e entusiasmo, privilegiando a qualidade dos riffs, com uma condução segura da cozinha, em especial a bateria e vocais que são agressivos e melódicos na medida certa, fugindo da choradeira.

A banda passeia por diversos estilos como o hardcore, hard, pop e metalcore, mas no fim, os caras mostram que som bom não precisa de rótulos, é rock e ponto. 

Agora vamos falar um pouco das canções. Atmosfera é lenta e de letra interessante e que nos leva a reflexão sobre as nossas escolhas. Matilha é aquele som que possui o dom de levantar até os deprimidos pelo trabalho, além de uma condução segura do baterista Rudá. Munição tem uma linha mais pesada e lenta, marcada por riffs swingados, cujo final ganha uma linha perfeita para ser cantada nos shows.

A próxima, 6 gramas começa gritada, mas com o passar dos temos ganha força e possui como atrativo a proeza de se falar de forma direta sobre as drogas sem soar careta ou panfletário.

Recomeçar encerra com chave de ouro o trabalho, que possui um acabamento caprichado em forma de envelope com as letras, encarte, CD prensado. Atitudes de quem quer chegar longe e já faz por merecer.

Não há mais o que ser dito. Conheçam, descolem o trabalho e curtam!

25 de julho de 2013

METAL TOTAL 32: PARA ENTRAR NA HISTÓRIA DO ABC

“Evento com as bandas Violator, Woslom, Breakout, Cranial Crusher contou com casa cheia e bangers insanos”

Texto e fotos: João Messias Jr.

Cranial Crusher
Foto: João Messias Jr.
Não é pecado dizer que é possível SIM ter a realização de shows com bandas nacionais em que tenha casa cheia, cast matador e o mais importante: bangers felizes e satisfeitos.

Pois tudo isso aconteceu no Metal Total 32, realizado no último sábado (20), no Princípios Bar, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

A festa que teve como headliners os brasilienses do Violator, contou com um cast de respeito: Woslom, que colhe os frutos do excelente álbum Evolustruction, além de Breakout e Cranial Crusher.

E foi o Cranial Crusher, às 17h45 quem deu início à festa. Já com um bom público, a banda formada por Renan Stoiani (voz e baixo), Lucas Aímola (guitarra/voz) e Guilherme Souza (bateria) pratica um thrash crú e rápido, que nos remetem aos grupos que a Woodstock lançou nos anos 80, além de algumas passagens punk que beiram o crossover em alguns momentos.

O show teve como destaques as faixas A Queda, My Lai, além de uma descontraída versão para Sofrer (Ratos de Porão). Esse cover contou com convidados, dentre eles Marcelo, guitarrista da banda Cerberus Attack, grupo com quem a banda estará lançando um split em breve.

Ao final do show, o vocalista citou a importância do Violator, que segundo ele, se não fosse o grupo de Brasília, provavelmente a Cranial Crusher não existiria.

Pausa para o metal tradicional

Breakout
Foto: João Messias Jr.
A segunda banda o quarteto Breakout foi uma grata surpresa, ao começar da bela vocalista, Maíra Oliveira, que foi um colírio para os olhares masculinos. Junto com seus asseclas Fabs (guitarra), Carlos Butler (baixo) e Lucas Borges (bateria) praticam um heavy metal com base nos anos 80, mas com a aura do rock and roll, fugindo do esquema “true”.

A performance do grupo também nos remete para este período. Os músicos fazem uma espécie de coreografias individuais, o que pode causar estranheza para quem não conhece essa época. Só que a banda é boa e merece ser ouvida, como foi comprovado em sons como Schizophrenia, Don’t Call the Luck e uma versão inspirada para Breaker (Accept).

Atenciosos e possuídos

Essas palavras podem definir o pessoal do Woslom. Ninguém duvida que Silvano Aguilera (voz e guitarra), Rafael Iak (guitarra), Francisco Stanich Jr. (baixo) e Fernando Oster (bateria) são pessoas atenciosas quando estão com os fãs, mas quando os caras sobem ao palco, comandam o caos.

Woslom
Foto: João Messias Jr.
Donos de uma performance cheia de energia, a banda mostrou o porquê do sucesso conquistado com seus dois trabalhos Time to Rise e o recém lançado Evolustruction, que tem tudo para ser lembrado como um dos clássicos do metal nacional.

Beyond Inferno deu início ao massacre, onde as primeiras rodas foram formadas, em que era possível ver a satisfação de cada um dos presentes em estar num evento desse porte. O novo álbum foi lembrado com Haunted by the Past (com backings contagiantes) e Pray to Kill, que curiosamente após seu final a banda deu uma pausa para saborear uma caipirinha.

Breathless (Justice’s Fall) teve o primeiro mosh da noite e a banda não deixou a peteca cair, encerrando o show com Time to Rise e Mortal Effect.

É nítido que os caras sentem prazer ao executarem cada uma das canções e esse clima reflete no público, que só resta responder com rodas e moshes. A apresentação foi tão quente que durante algumas músicas saiu fumaça de uma das caixas de som.

Depois da fumaça...

Violator
Foto: João Messias Jr.
A apresentação do Woslom deixou todos extasiados e coube ao Violator incendiar de vez o Princípios. E foi o que Poney (voz/baixo), Cambito e Capaça (guitarras) e Batera (bateria) fizeram. Com onze anos de vida, CDs e EPs na bagagem e um som baseado no thrash/crossover, os brasilienses fizeram os bangers perderem o controle, que  ora bangeavam, ora partiam  para o mosh.

Vale citar que por duas vezes problemas no baixo de Poney não queriam dar início ao show, mas depois dos ajustes na correia e na corda do baixo, Ordered to Thrash, do álbum Chemical Assault transformou a casa num inferno, graças à energia emanada dos caras. Vale lembrar que devido ao pogo, diversos problemas técnicos ocorreram durante a apresentação, mas se tratando de um show do estilo, é algo normal e compreensível.

Outro ponto interessante da apresentação foram os discursos de Poney, em que desaprovou a idolatria sobre as bandas e que público e banda é uma coisa só e que o palco era dos bangers. A partir daí, vários fãs subiram ao palco para cantar e pular aos sons da banda.

Violator
Foto: João Messias Jr.
Promovendo o recém-lançado Scenários of Brutality, o quarteto mandou do novo disco as faixas Echoes of Silence e Endless Tyrannies que embora não tenham mudado a essência musical da banda, mostrou músicos mais maduros.

Deadly Sadistic Experiments, Brainwash Possession e Destined to Die foram outros sons que enlouqueceram o público. Uma pena que UxFxCx (United for Thrash) deu números finais ao show, nesse som havia tanta gente no palco que só ouvia a banda.

Uma noite que ficou na história dos presentes. Agradeço a todos (bandas, organização, imprensa e bangers) pela festa maravilhosa que mostraram que é possível SIM termos shows nacionais com casa cheia e bangers felizes. Há de se citar também que a festa acabou às 22h, o que possibilitou com que todos pudessem voltar para casa ou curtir o resto da noite tranquilamente.

22 de julho de 2013

MARIE DOLLS: OLHA O HARD ROCK AÍ GENTE

"Quarteto feminino faz hard rock com levadas envolventes e para se cantar junto"

Por João Messias Jr.

Desires My Fall
Divulgação
Já disse uma vez que apesar de escrever resenhas de discos e shows há uns 20 anos, ainda não encontrei uma fórmula ou um "caminho" para esse tipo de texto. E isso tem uma resposta mais do que simples: cada trabalho possui características únicas.

Além disso, quando o material apresentado nos surpreende, ele acaba nos passando "vibes" das mais variadas. Como o quarteto feminino Marie Dolls. 

Com pouco mais de um ano de estrada e atualmente formado por Katherine Roiz (voz), Renata Petrelli (guitarra), Michele Campos (baixo) e Dany Diniz (bateria), as meninas surpreendem logo em seu primeiro registro, o EP Desires My Fall. Com base no hard rock, as belas garotas praticam um som que alterna momentos clean com passagens mais arrastadas a lá Alice In Chains/Foo Fighters, como na faixa que dá nome ao EP.

Só que são os momentos que beiram o pop os que garantem um maior prazer na audição. Face Me Bag Me tem uma levada envolvente de riffs e vocais que, entre gemidos e sussurros, nos fazem pensar porque este trabalho não está nas prateleiras das lojas. Outra que é muito legal é True Belief, cujos vocais nos hipnotizam com sua levada "gostosa e na manha", mostrando que não é necessário atitudes gratuitas e "poserismo" para se fazer um bom rock.

O disquinho se encerra com Deseja Meu Mal, que é uma versão em português para Desires My Fall, que mostra uma banda que pode se dar muito bem cantando nos dois idiomas, coisa difícil de acontecer.

Meninas, parabéns e se o mundo da música for justo: o próximo passo é o sucesso!

18 de julho de 2013

DARKEST: EMPOLGANTE DO INÍCIO AO FIM

“Human Decay é a prova que quarteto faz por merecer um lugar entre os grandes nomes do thrash nacional”

Por João Messias Jr.

Human Decay
Divulgação
Gente, esse EP chega a ser absurdo de tão bom!

O quarteto paulista Darkest, com apenas três anos de estrada soube como poucos criar uma alquimia musical de resultado empolgante.

Usando as estruturas do thrash, o quarteto na época formado por  Artur (voz e guitarra), Danilo (guitarra), Mauricio (baixo) e Daniel (bateria) passeia pelo heavy tradicional e coloca algumas passagens death, mas sempre com base no estilo que consagrou nomes como Slayer e Metallica.

Essa alquimia apresenta um dos EPs mais interessantes (e viciantes) desse ano, que possui como destaque a coesão instrumental e os vocais que mesclam berros com a crueza que as bandas brasileiras tinham nos anos 80.

A abertura já é de arrepiar com Endless Pain (não confundir com a do Kreator), que une passagens trampadíssimas e um show de baixo. Aliás, o instrumento volta a aparecer com destaque na faixa seguinte, I’m Dead, numa linha a lá Sadus. Sociopath, a melhor do disquinho, mostra solos inspirados no metal tradicional e linhas vocais empolgantes.

O encerramento com Death on Strike aponta caminhos mais pesados com uma linha quase épica de guitarras, que são irresistíveis.

Pensa que acabou? A produção de Thiago Larenttes (Andragonia) soube manter o clima “selvagem” sem soar sujo ou embolado, o que permitiu que todos os detalhes do som sejam devidamente ouvidos e analisados!

Talvez o único defeito de Human Decay seja o fato do mesmo ser um EP.

A rapaziada já mostrou o poder de fogo, agora é juntar forças e aprontar um CD caprichado para impressionar nós headbangers!

17 de julho de 2013

CJ RAMONE: PUNK ROCK E DIVERSÃO

“Eterno baixista dos Ramones alegra os presentes com o melhor dos três acordes”

Texto e fotos: João Messias Jr.

CJ Ramone
João Messias Jr.
Cristopher Joseph Ward, mais conhecido como CJ Ramone pode se considerar um afortunado! Após sua entrada na adorada e idolatrada banda de poppy punk RAMONES o baixista escreveu sua história no mundo do rock. Sim, pois sua missão não foi fácil, pois entrou na banda no fim dos anos 90,  substituindo Dee Dee Ramone e além de impor seu estilo, ficou na banda até o seu fim, em 1996.

Após montar as bandas Los Gusanos e Bad Chopper, se lançou como artista-solo e hoje promove o álbum Reconquista, lançado no ano passado. Mas, (ai se todos fossem assim), o músico não renega o passado e vive sadiamente tocando sons de sua antiga banda com suas canções autorais, o que rendeu algumas visitas ao nosso país ao longo desses anos. Como em sua mais recente tour, que passou por aqui há poucos dias. Esse giro pelo país rendeu uma apresentação na capital paulista, no dia 5 de julho, no tradicional Hangar 110, próximo ao metrô Armênia.

Mas antes disso...

Gildo (Garotos)
João Messias Jr.
... Antes do CJ, a festa teve como abertura a banda Garotos, antigo Garotos Podres, que por motivos de disputa do nome na justiça, passou a atender dessa forma. 

Graças à eficiência do nosso transporte coletivo, acabei perdendo parte da apresentação do quarteto. Atualmente formado por Tio Denis (guitarra), Sucata (baixo) , Caverna (bateria) e o vocalista Gildo, chamam a atenção num primeiro momento pelo visual do cantor, que lembra o do mestre Bezerra da Silva. Inclusive com o mesmo carisma, só que cantando punk rock. Para os curiosos, a banda continua honrando o legado, que foi comprovado com a execução de hinos como  Rock de Subúrbio e o hino Papai Noel Velho Batuta. Ótima abertura!

One, two, three, four

Após uma considerável demora, às 21h50 CJ retoma à festa. Sob a marcação one, two, three, four, a  banda começou com Judy Is a Punk, mas foi com Blitzkrieg Bop a casa (lotada) veio a baixo, em que era possível ver pessoas de todas as idades chorando de emoção ao ouvir este e outros clássicos como Strenght to Endure e Psycho Therapy, mostrando-se um vocalista carismático e sem ficar na sombra do “mestre” Joey Ramone.

Surpresas

A noite se tornou ainda mais agradável graças às canções do álbum Reconquista. Grudentas, elas nos remetem a um famoso quarteto de Liverpool, graças ao bom trabalho de guitarras e os backing vocals. Um exemplo foi You’re the Only One, que faria muito sucesso nas rádios rock, caso fosse difundida no mainstream.

Voltando....

CJ e banda ao vivo
João Messias Jr.
Mas ainda tinha mais e rodas eram movidas aos clássicos ramônicos Teenage Lobotomy, Commando, I Wanna Be Your Boyfriend (dedicada as mulheres presentes).

Antes da parte final do show, CJ pediu para que os presentes cantassem um “Parabéns pra Você” em homenagem ao produtor Cacá Prates, que aniversariava naquele dia.

R.A.M.O.N.E.S (Motorhead) encerrou o show, que apesar de pouco mais de uma hora, deixou todos satisfeitos e felizes, como deve ser!
Com certeza Joey, Johnny e Dee Dee devem estar orgulhosos do legado que a banda fez mundo afora!

Foi gratificante e honroso ter a oportunidade de cobrir um show deste nível, com organização e casa cheia, mas não como não bater na mesma tecla: senhores headbangers, que tal fazerem isso nos shows de bandas nacionais também?

9 de julho de 2013

SYMPHONY OF MALICE: “ESTAMOS MUITO ANSIOSOS PARA A APRESENTAÇÃO COM O KORZUS”

Com cinco anos de estrada e formado nos Estados Unidos, o Symphony of Malice é um grupo que mistura sons tradicionais do heavy/thrash com uma pegada moderna. Neste período, lançaram dois trabalhos: o EP Judgement Day (2008) e Judgement Day (The Aftermath), lançado no ano passado que reúne canções do primeiro trabalho, com uma melhor qualidade profissional.

Neste momento, o grupo formado por Gus Sinaro (guitarra/voz), Joey Concepcion (guitarra), Allen Benatar (bateria) e atualmente estão sem baixista, se prepara para algumas apresentações no Brasil. Nesta entrevista, feita com Gus, que é brasileiro, nos conta das novidades e planos futuros da banda.

Confiram:

Por João Messias Jr.

NEW HORIZONS ZINE: O grupo é americano, mas possui um brasileiro em
Symphony of Malice
Kaos Photography

sua formação, vocalista/guitarrista Gus Sinaro. Como surgiu a oportunidade de morar e montar uma banda nos Estados Unidos?
Gus Sinaro: Formei a banda Symphony Of Malice em 2008 após sair da banda Panic Theory. Moro no EUA há muitos anos e agora tenho endorsements do BBE Sound e do Hughes & Kettner por causa do sucesso do Symphony Of Malice.

NHZ: Você que já teve bandas no Brasil, quais as principais diferenças de se ter e trabalhar uma banda de rock pesado aqui e no exterior?
Gus: Sim,  tive uma banda-tributo aos grupos Iron Maiden/ Helloween/ Stratovarius quando eu morava em São Paulo. Os estilos de metal variam muito de pais a pais.. Aqui no EUA o metal moderno do Trivium, All that Remains , Killswitch Engage é bem mais aceito do que o power metal.

NHZ: Falando em trabalho, a internet hoje é um grande facilitador para grupos independentes. Dessa forma é possível se estabelecer contatos e até marcar shows em outros países. Você pensa que seria possível trabalhar uma banda independente de outra forma hoje?
Gus: Acredito que a internet facilitou muito para bandas independentes ao redor do mundo. Mídias como Youtube e facebook tomaram conta e hoje são as ferramentas mais importantes de exposição hoje em dia.

NHZ: Vocês praticam uma mistura que engloba desde elementos clássicos (Metallica, Maiden) e contemporâneos (Trivium, All that Remains). Como é fazer essa miscelânea e mesclar essas escolas nas composições?
Gus: Escrevo as músicas sozinhas desde o início e procuro incorporar influências das  minhas bandas favoritas, alem de adicionar o meu toque e estilo. Hoje, o guitarrista Joey Concepcion está me ajudando e contribuindo nas composições, que estão com um ótimo resultado.

NHZ: Essa mistura já rendeu um EP, que recebe o nome de Judgement Day, lançado em 2010. Como foi sua repercussão e aceitação nos Estados Unidos e Europa?
Gus: Recebemos uma grande repercussão nessa área de New York, Connecticut. O trabalho foi bem comentado na  Califórnia e em países da Europa, como a  Alemanha.

NHZ: Vamos falar um pouquinho do Brasil. Quais trabalhos feitos por aqui que te chamaram a atenção?
Gus: O Sepultura ainda continua sendo minha banda favorita nacional.

NHZ: Falando em bandas brasileiras, vocês se preparam para algumas apresentações no país. Entre elas, vocês dividirão o palco com os grupos Korzus e Nervosa, em Santos. Quais as expectativas para esta e as outras apresentações que virão pela frente?
Gus: Estamos muito ansiosos para a apresentação com a lendária banda Korzus e nossa participação no programa Showlivre.

Capa do CD Judgement Day (The Aftermath)
Divulgação
NHZ: Vocês não possuem baixista fixo na formação. Quem fará a função das quatro cordas durante as apresentações no Brasil?
Gus: Para estas apresentações, a banda terá no posto de baixista, meu amigo de infância,  Leandro Moreira,  que faz parte da banda House of Bones. (N. do R.:banda formada por músicos brasieiros que fazem/fizeram parte de grupos como Versover e Hangar)

NHZ: Para encerrar, já se vão três anos sem lançar material inédito. Qual a previsão para um novo trabalho?
Gus: Na verdade, lançamos um álbum completo no final do ano passado. Ele se chama Judgement Day ( The Aftermath) que no caso possui musicas do EP, mas com melhor qualidade profssional. O CD foi mixado e masteriazado por Nick Bellmore, que toca nas bandas Toxic Holocaust e Kingdom of Sorrow e já gravou bandas como o Hatebreed.

NHZ: Gus, obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.
Gus: Galera valeu pelo apoio e assistem nossos vídeos no youtube!

5 de julho de 2013

PANZER FEST: PARA ENTRAR NA HISTÓRIA DA MÚSICA NACIONAL


"Primeira edição do evento contou com ótimo público e apresentações intensas"

Texto: João Messias Jr.
Fotos: Pri Secco

É fato que de uns anos para cá os ditos “headbangers” adoram bater no peito e que valorizam a cena de seu próprio país, com declarações que soam como letras do Manowar por meio das redes sociais, mas que chega na hora H, não vão comparecem aos shows, baixam os álbuns da internet (ou copiam de quem comprou), entre outras pérolas. Aí fica a questão: O que fazer?

Uma das alternativas é juntar bandas que nutrem dos mesmos objetivos e montar festivais. Dentre os que seguem este padrão temos o Live Metal Fest, Executer Fest e o Panzer Fest, realizado no dia 15 de junho (sábado). Este último que encabeça a nossa matéria de hoje!

Samuel Dias (Forka)
Foto: Pri Secco
Como o próprio nome diz, o fest é uma iniciativa da banda Panzer, veterano grupo thrash que fez muito barulho nos anos 90 com os álbuns Inside e The Strongest e que após um tempo e outros projetos, retomaram as atividades. Dessa volta, já conceberam um single (Rising) e um EP (Brazilian Threat). Para fazer parte da festa os caras chamaram quatro bandas de destaque na cena: Forka, Nervochaos, Woslom e Command6.

Decisão acertada

A casa escolhida para esta celebração foi o Cine Jóia, na Liberdade, local que já recebeu atrações nacionais e internacionais de peso como Cavalera Conspiracy e Morbid Angel. O que poderia ser ousadia por se tratar de uma casa maior do que  redutos do metal como Blackmore e Manifesto.

Esta decisão arrojada se mostrou certeira, o que pode ser vista logo na entrada da casa, com vários “camisas pretas” a porta da casa, expectativas que foram confirmadas logo na primeira apresentação.

O início do massacre

Ás 20h30 a primeira banda a entrar no palco foi o Forka. Do ABC paulista, o
quinteto formado por Ronaldo S. Coelho (voz). Alan Moura e Samuel Dias (guitarra), Ricardo Dickoff (baixo) e Caio Imperato (bateria) vive seu melhor momento da carreira com seu terceiro álbum, Black Ocean, que aposta numa linha mais direta (death/thrash) sem perder o groove. Outro fator que ajudou a elevar o nível da banda são suas apresentações, que se caracterizam pela agressividade, intensidade e descontração.


Guiller (Nervochaos)
Foto: Pri Secco
O show teve os ingredientes citados acima, mas chamou a atenção por algumas particularidades. A primeira estava na formação, que não contou com o baixista Ricardo, que sofreu um acidente e a banda optou por tocarem como quarteto sem ninguém segurando as quatro cordas.

Com um som cristalino, a banda impressionou pela fúria e com a coesão destiladas em canções como Black Ocean, Last Confrontation e The Human Race is Dead. Mas isso foi só o começo. Com uma resposta mais que positiva de quem estava na pista, os caras mandaram Feel Your Suicide, som que dá o título do primeiro CD dos caras e Knowing Your Suffering, que se destacou pelo groove frenético.

Após ajustes no som, a banda tocou mais uma do Black Ocean, Last Breath e depois de uma pequena pausa foi à hora de dois dos melhores sons da banda: Forgiveness Denied e Empire Surrender, que além da brutalidade, mostraram que os trechos em português casaram bem com a nova fase.

O show se encerrou com uma versão para Angel of Death (Slayer) com um jeitão Forka.

Acerto de contas

As apresentações das bandas seguintes, Panzer e Nervochaos foram uma espécie de acerto de contas. Sim, pois apesar da qualidade de ambas e de oportunidades de assisti-las por diversas vezes, já fazia mais de dez anos que não as via num palco. Sim, mas felizmente o festival me livrou dessa vergonha.

Rafinha Moreira (Panzer)
Foto: Pri Secco
O Nervochaos, atualmente formado por Guiller (voz/guitarra), Quinho (guitarra), Felipe (baixo) e Edu Lane (bateria) mostrou que está no melhor momento da carreira e que as apresentações pelo país e exterior deixaram a banda mais forte e coesa. Com um entrosamento de fazer inveja e uma ótima postura de palco, mandou aos presentes o melhor do death metal. Mesclando sons de toda sua carreira, a banda fez a alegria dos presentes com destaque para Total Satan, Might Justice,  Mark of the Beast, All-Out War. Outro fator digno de elogios são o entrosamento nos backing vocals feitos pela “linha de frente”, que tornaram as canções ainda mais maléficas e perfeitas.

Sob a frase “Deus não está aqui hoje” foi anunciada Pazuzu is Here, que foi respondida a plenos pulmões. Infelizmente Pure Hemp deu números finais ao show do quarteto, que mostrou que não deve em nada aos grandes nomes do estilo do exterior.

Já se passavam das 22 horas quando os thrashers do Panzer iniciaram seu show. Com toda a justiça aos seus trabalhos lançados nos anos 90, a banda, que hoje conta com Rafinha Moreira (voz), André Pars (guitarra), Rafael DM (baixo) e Edson Graseffi (bateria) vive seu melhor momento. Essa fase de glória pode ser vista e ouvida em Red Days, My Night, N.S.A e Burden of Proof. Antes de voltar a falar do “todo”, merecem ser citados os “Rafaeis”. Tanto o vocal como o homem das quatro cordas possuem uma postura insandecida, que contagia toda e qualquer alma. Essa energia ganhou o público que foi brindado com mais sons como Fake Game of Heroes e a nova The Last Man On Earth.

O show contou com as participações especiais de antigos integrantes como  Denis Grunheidt (Ancesttral) e Maurício “Cliff” (Sakrah), ou seja, estava tudo “em casa”. Torço para que logo soltem um novo álbum e que voltem ao lugar de onde não deveriam ter saído: o topo!

Após essas apresentações, me perguntei: Como fiquei mais de uma década sem assisti-las?

Evolução Monstruosa

Silvano Aguilera e Rafael Iak (Woslom)
Foto: Pri Secco
O Woslom era uma das bandas mais aguardadas da noite. Tal fato era constatado pela boa quantidade de bangers que estavam com a camiseta do quarteto. 

E essa ansiedade possui alguns motivos, como a performance insana do grupo em suas apresentações. Só que a principal causa é por causa de seu novo trabalho, Evolustruction, onde apesar de permanecerem no thrash, saíram da zona de conforto e apostaram em passagens mais trabalhadas com muita melodia e influências do heavy tradicional e do hard rock, o que resultou num dos discos mais aclamados deste ano.

Tá bom, vocês querem saber do show né? Os caras entraram mostrando o que o público queria ver: thrash. Purgatory, do Evolustruction abriu a apresentação impressionando pelo entrosamento do quarteto, principalmente os guitarristas Silvano Aguilera (também vocalista) e Rafael Iak, este último, inspiradíssimo, com uma performance digna dos mestres do estilo (alguém disse Alex Skolnick, do Testament), mostrando solos e riffs pavorosos como os de No Last Chance. Mas a cozinha formada por Francisco Stanich (baixo) e Fernando Oster mostrou a evolução de toda a banda, o que deu um sentido de unidade ao show, principalmente por tocarem com muito gosto e tesão.

Haunted by the Past, cujos backings poderiam tranquilamente figurar em qualquer protesto  e Evolustruction foram os pontos altos da apresentação, que se encerrou de forma sublime com Time to Rise, faixa título de seu primeiro álbum.

Creio que com mais shows, a performance do quarteto ficará ainda mais intensa e aí o planeta ficará pequeno para o Woslom.

Encerramento

Command6
Foto: Pri Secco
(Infelizmente) Com a casa mais vazia, coube ao Command6 fazer o encerramento do Panzer Fest. O quarteto formado por Wash (voz), Bruno F.Luiz (guitarra), Johnny Haas (baixo) ,Bugas (bateria) e que atualmente contam com Alex Gizzi (Trayce) de forma temporária mostraram que são um nome para ser ouvido com mais atenção.

Unindo diversas escolas do rock/metal e um vocal com a saudável influência de John Bush (ex-Anthrax) os caras entraram mandando bronca com sons de seu segundo álbum, Black Flag, lançado no ano passado. As músicas Crush the World, Lies So Pure, So Cold e Dawn of a Man mostraram muita dinâmica e entrosamento, cujos destaques são a coesão e os vocais de Wash, que considero um dos melhores da atualidade. Depois da boa impressão das primeiras faixas, os caras mandaram a faixa título do segundo álbum, Black Flag, que mistura as escolas dos anos 80 e 90 e You Want it You Got It, dona de uma levada empolgante.

A apresentação teve a impressão de ter passado rapidamente quando a banda anunciou o último som, Jesus Cry, do primeiro álbum “Evolution”, dona de um ritmo alto astral, graças a energia dos riffs.

Saldo Final

Uma noite que perfeita, que deixou todos os presentes satisfeitos e que não deve em nada aos grandes shows do estilo. Vamos ficar no aguardo da segunda edição, prometida para o final do ano!

Agora senhores headbangers, não há desculpa para não comparecerem nos shows!

2 de julho de 2013

ORPHANED LAND: EXÓTICO E ENVOLVENTE

“Grupo emociona presentes com sua música pesada, densa e cheia de mistérios”

Texto: João Messias Jr.
Fotos: Gil Oliveira

Kobi Fahri
Foto: Gil Oliveira
Antes de falar do evento em si, estas linhas merecem um espaço para algumas considerações a respeito dos israelenses. Com mais de 20 anos de estrada (confirmar), a banda soube evoluir sem abrir mão da brutalidade. Iniciando como uma banda de death/doom, ao passar dos anos adquiriu contornos mais progressivos e soturnos, que mesclados a música regional do seu país de origem, angariou fãs de diversas vertentes, desde os de deathmetallers até os de grupos como Dream Theater e Pocupine Tree. Outra característica marcante do Orphaned Land é o fato de ser adorada por cristãos e “diehards”, pois passeiam pelos dois lados em suas letras, sendo intitulada como “Um Tango entre Deus e o Diabo”.

Em sua segunda tour pelo Brasil (muitos preferem esquecer do Metal Open Air, quando esteve escalado no cast),o quinteto israelense desta vez brindou o povo brasileiro em apresentações em estados como Minas Gerais (Roça ‘n’Roll) e São Paulo (Hangar 110). Ambas elogiadíssimas pelo público e mídia especializadas no assunto. Mas ainda teve tempo para mais e foi agendada mais uma data, no dia 2 de junho no Princípios Bar, em São Bernardo do Campo, casa que recentemente acolheu o rock e o metal.

Para esta celebração no ABC, foram escolhidas três bandas representativas da região: Pastore, Seven7h Seal e Demolition Inc.

Sem tendências e modismos

Yossi Sassi
Foto: Gil Oliveira
Às 18h30 subiu ao palco o quinteto Demolition Inc, que possui em sua formação o vocalista Ricardo Peres (Fates Prophecy, ex-Seven7h Seal). A música praticada pela banda surpreendeu aos poucos presentes, que ainda chegavam ao local, pois os caras fazem uma mistura inteligente do heavy tradicional e thrash, que trarão a lembrança de grupos como Metal Church (fases David Wayne/Mike Howe) e Fight, ou seja de elevar a adrenalina na estratosfera. Completam a banda Diego Reis e Cleber Beraldo (guitarras), Valter Martins (baixo) e Sergio Marchezoni (bateria), este substituiu nesta apresentação o músico original Hellvis Santos.

No set da banda os destaques foram Revolution Now, que tem tudo para ser um dos carros chefe do quinteto, The Pleague, Set the World on Fire e uma interessante versão para Refuse/Resist (Sepultura), que aqui foi transportada a sonoridade do Demolition Inc. Uma banda que merece atenção.

Recomeço

Uri Zelha
Foto: Gil Oliveira
A próxima banda foi o Pastore, que às 19h20 apresentou aos presentes sua nova formação, que conta com os seguintes músicos: Ricardo Baptista (guitarra, Laudany), e Derli Pontes (guitarra, Illustria), Adriano Carvalho Diniz (baixo, ex-Holy Sagga),  Marcelo de Paiva (bateria) e claro, o vocalista Mario Pastore. O novo line-up é tão coeso quanto o anterior e o fato de usarem duas guitarras novamente, conferem uma textura interessante nas canções do segundo trabalho do grupo, The End of Our Flames, como pode ser visto e ouvido em Brutal Storm.

Mas o foco foi o debut The Price of Human Sins, que teve como destaques as canções Fallen Angel (que fala de uma força invisível que está destruindo a humanidade), a “videoclíptica” Far Away e Nobody’s Watching.

Assim como os instrumentistas, o vocalista teve uma atuação soberba, pois apesar dos agudos e do “jeitão” Geoff Tate (Queensryche), soube trazer ao seu estilo partes mais rasgadas e até alguns urros.

Após mais um ótimo show, foi dada a notícia do cancelamento da apresentação do Seven7h Seal. Uma pena, pois a atual formação é muito forte e assim como as outras bandas de abertura, merecem maior atenção do público.

Espera encerrada

Kobi Fahri e Tiago Claro
Foto: Gil Oliveira
Já eram 20h30 da noite quando o Orphaned Land subiu ao palco. Formado atualmente por Kobi Fahri (voz), Uri Zelha (baixo), Matan Shmuely (bateria) e Yossi Sassi e Chen Balbus (guitarras) mostraram o porque de tantos elogios a sua música. Após a intro, os caras “chegaram chegando” com Birth of the Three (The Unification), Olat Há’tami e Bakarah que sintetizaram a apresentação. Pois embora o quinteto seja um grupo de metal, sua música não é feita para bater cabeça e sim sentir e dançar.
Sim, graças aos elementos folclóricos, canções como Sapari (um dos pontos altos do set) que pode ser facilmente incluída nas apresentações de danças orientais, como a dança do ventre, atenção dançarinas!

O show contou com a participação de Tiago Claro (Seven7h Seal) dividindo as vozes com Kobi em Ocean Landuma das faixas mais belas e sombrias da banda. Após essa canção, um clima de maior descontração aconteceu na faixa El Meod Na’ala, em que era possível ver o sorriso estampado no rosto de cada um dos integrantes, em especial de Sassi, que foi a simpatia em pessoa.

Norra El Norra (Entering the Ark) e Ornaments of Gold deram números finais a esta apresentação, que embora curta, não deveu em intensidade e feeling, coisa que muitos tentam, mas poucos conseguem.

Não tem como não esquecer

Apesar da ótima noite, algo não deve deixar de ser comentado, o baixo público. Não há desculpas. Mais uma vez vou tocar nessa tecla: será que os ditos headbangers só se manifestam quando há eventos como Rock in Rio, Monsters of Rock e apresentações individuais de grupos como Slayer, Iron Maiden e Black Sabbath?

Vamos nos conscientizar! 

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