“Aniversário da cidade contou com nove horas de muito rock e metal”
Texto e fotos: João Messias Jr.
Há três anos, no mês de seu aniversário, a cidade de São Bernardo do Campo proporciona uma grande festa para todas as tribos, dedicando um dia para cada estilo musical. Nessa mistura de ritmos, o último sábado teve sua edição metal, que contou com as bandas Eyes of Beholder, Necromesis, Guillotine, Souldier, Woslom, Bioface, Depressed, Negative Control, Seven7h Seal, Forka, Panzer, Necromancia e Ação Direta.
Local e estrutura
Dias antes, houve a notícia da
mudança de local, deixando de ser realizado no Paço Municipal, passando para
uma área na Av. Kennedy, também no centro da cidade. Um local maior e que
possibilitaria abrigar mais pessoas, além de uma melhor visualização das
apresentações por todos os cantos. Na véspera do evento, já era possível por
meio das redes sociais o tamanho do palco, que não deveu em nada para os de
eventos mainstream.
Tudo no horário
Eyes of Beholder João Messias Jr. |
Além da estrutura, São Bernardo
tem como tradição o horário cronometrado, ou seja, tudo obedeceu a um
cronograma rígido de horários, o que no fim possibilitou que todos voltassem
para casa sem correrias e atropelos.
Toda essa organização teve início
às 12h em ponto com as tradicionais bênçãos do Dr. Rock (personagem conhecido
da nação roqueira do ABC) com a banda Eyes
of Beholder.
Com sete anos de estrada, o quarteto, formado por Erick
Lentini (guitarra), Bruce (baixo), Bruno (bateria) e Claudio Marques (voz), mostrou
seu competente heavy/thrash com nuances hard para quase ninguém, uma pena. O
set curto teve como destaques I don’t want to change e uma versão correta para
Walk (Pantera).
A banda lança no mês de setembro seu primeiro álbum pela qualidade apresentada, merecem
ser ouvidos por mais pessoas.
Necromesis João Messias Jr. |
Às 12h45 a segunda banda do
evento, o Necromesis começou seu
set. Confesso que é muito difícil escrever sobre bandas das quais é fã (e isso
ocorreu várias vezes neste dia), mas pelo que vi, o time que hoje conta por
Mayara Puertas Alecrim (voz), Daniel Curtolo (guitarra e voz), Gustavo Marabiza
(baixo) e Gil Oliveira (bateria) tem um futuro promissor.
Mesmo com a sensível mudança de som, que está mais brutal (vocais) e complexo (baixo), a proposta musical continua lá, como pudemos ouvirem Dark Works of Art e Unlives As Undeads, que fechou o show.
Fico imaginando o que sairá desta fusão de estilos. É uma banda que torço
muito!
Mesmo com a sensível mudança de som, que está mais brutal (vocais) e complexo (baixo), a proposta musical continua lá, como pudemos ouvir
Guillotine João Messias Jr. |
O Guillotine subiu ao palco com uma novidade. Para esta apresentação,
a banda formada por Renê Simionato (voz e guitarra), Luis Pizano (guitarra) e
Renan Carrenho (baixo) contou com Amilcar Christófaro (Torture Squad) nas
baquetas.
De todos os shows que vi da quarteto, esse foi o mais agressivo (e
melhor), com destaque para a versão para Orgasmatron (Motorhead) e The Fallen Ones, faixa título de seu
novo EP.
Para quem não conhece, a banda pratica uma mescla de speed/heavy/thrash que lembra as bandas que a Woodstock lançou aqui nos anos 80.
Para quem não conhece, a banda pratica uma mescla de speed/heavy/thrash que lembra as bandas que a Woodstock lançou aqui nos anos 80.
Público começava a chegar
Souldier João Messias Jr. |
Já eram quase 14h quando o Souldier começou seu set.
Lançando seu primeiro CD, a banda formada por Eduardo Furlan (voz), Rodrigo Neves (guitarra), Jesley Augusto (baixo) e Eric Kosimenko (bateria) mostrou ao público (que começava a chegar) um heavy/thrash bem construído e competente.
Lançando seu primeiro CD, a banda formada por Eduardo Furlan (voz), Rodrigo Neves (guitarra), Jesley Augusto (baixo) e Eric Kosimenko (bateria) mostrou ao público (que começava a chegar) um heavy/thrash bem construído e competente.
Os destaques foram a faixa The Soul of a Soldier, que além de lembrar um pouco o Metal Church (fase Mike Howe), é dona de ótimos solos.
Outros grandes momentos foram In the Name of the War e uma versão para
Symphony of Destruction (Megadeth).
Woslom João Messias Jr. |
Conhecidos pelo thrash trampadíssimo e performances
insanas, o Woslom mais uma vez
mostrou o porquê de tamanho reconhecimento. Silvano Aguilera (voz e guitarra),
Rafael Iak (guitarra), Francisco Stanich Jr. (baixo) e Fernando Oster (bateria)
surpreenderam com a abertura do set, com Haunted
by the Past, do já clássico Evolustruction.
A canção, que soa como um hino de protesto proporcionou a primeira roda do dia. Mas era apenas o começo. Soltos e à vontade no palco gigante, os thrashers mandaram sons como Souless (S.O.T.D.), Pray to Kill e a faixa título do segundo disco, cujo refrão foi gritado a plenos pulmões.
Infelizmente o show chegou ao fim com Breathless (Justice’s Fall) e Time to Rise, faixa que dá nome ao debut. Se ficarem sabendo de um show dos caras na sua cidade, não titubeiem, vai que a diversão e satisfação são garantidas, principalmente pela postura insana do guitarrista Rafael Iak, que não para um minuto.
A canção, que soa como um hino de protesto proporcionou a primeira roda do dia. Mas era apenas o começo. Soltos e à vontade no palco gigante, os thrashers mandaram sons como Souless (S.O.T.D.), Pray to Kill e a faixa título do segundo disco, cujo refrão foi gritado a plenos pulmões.
Infelizmente o show chegou ao fim com Breathless (Justice’s Fall) e Time to Rise, faixa que dá nome ao debut. Se ficarem sabendo de um show dos caras na sua cidade, não titubeiem, vai que a diversão e satisfação são garantidas, principalmente pela postura insana do guitarrista Rafael Iak, que não para um minuto.
Bioface João Messias Jr. |
Saindo do thrash e caminhando para o metalcore
era a hora do Bioface.
A banda, que tem dez anos de estrada, pode se considerar na contramão do estilo, pois se concentram no peso e nos bons riffs de guitarra, o que geram canções fortes e intensas como Mente Alterada, Atos Impunes, Reagir (dona de riffs thrash), Corrosão e En Theos, que fará parte do próximo álbum da banda.
A banda, que tem dez anos de estrada, pode se considerar na contramão do estilo, pois se concentram no peso e nos bons riffs de guitarra, o que geram canções fortes e intensas como Mente Alterada, Atos Impunes, Reagir (dona de riffs thrash), Corrosão e En Theos, que fará parte do próximo álbum da banda.
Só tenho que
parabenizar a trupe formada por Marco Aurélio (baixo), Marcelo Antônio
(guitarra), Maikon Queiroz (bateria) e Régis Carbex (Vox) pelo puta show.
Depressed João Messias Jr. |
O evento passava da metade com a
entrada do Depressed. Contando com o
“temporário” Renê Simionato (Guillotine, que já fez parte do grupo) na bateria, Stella Ribeiro (baixo),
Rodrigo Amorim e Rodrigo Jardim (guitarras) e Giovani Venttura (voz), mostraram um death metal forte, intenso e brutal.
Num
daqueles casos inexplicáveis da história da música, o grupo (ainda) não possui
um material lançado, mas a hora que canções como Afterlife in Darkness, Reborn in Hellfire e Stormblood ganharem essa oportunidade, fará a alegria de muitos
fãs de música extrema.
A apresentação contou com uma bela versão para Impotent God (Hypocrisy). A banda fará
parte do Zoombie Ritual, que acontece
no fim do ano, em Santa
Catarina , se tiver a oportunidade, não marque bobeira!
O dia só estava começando
Negative Control João Messias Jr. |
A oitava banda da festa foi o Negative Control. Com 18 anos de
estrada e fiéis ao hardcore simples e direto, Cláudia (voz), Junior (baixo),
Binho (guitarra) e Pingo (bateria), fizeram uma apresentação sem muitas
cerimônias.
Com uma performance segura, mandaram som atrás de som, como Mostre
Sua Verdade, Pare e Pense, Faça Sua Parte, Lado a Lado (que contou com a
participação da menina Sara), Rancor e Diversão Sádica (cuja letra é contra os
rodeios, que incentivam a violência contra os animais).
O show também serviu
para apresentar as novas canções Guerreiro e Onde está a paz, que farão parte
do terceiro CD da banda. Outro destaque foram às palmas pedidas pela banda a
memória da vocalista Midi Gomes (Violéte), que infelizmente nos deixou há
poucos dias.
Seven7h Seal João Messias Jr. |
Foi de impressionar a segurança
do quinteto Seven7h Seal. Prestes a
lançar seu terceiro album, Mechanical Souls, o quinteto formado por Leandro
Caçoilo (voz), Tiago Claro e Thiago Oliveira (guitarras), Victor Próspero
(baixo, ex-Necromesis) e Bob Moratti (bateria) mandaram ver com seu heavy
tradicional que alterna momentos épicos, progressivos e agressivos.
Como pode
ser ouvido na faixa-título do novo trabalho. Outros destaques foram Time to Go, Seventh Seal e Pleasure of Sin, além da excelente
performance de Caçoilo, que mais uma vez provou ser um dos melhores cantores do
estilo.
O show terminou com uma versão inspirada para Highway to Hell, do AC/DC, com o vocalista indo cantar junto ao público.
O show terminou com uma versão inspirada para Highway to Hell, do AC/DC, com o vocalista indo cantar junto ao público.
For João Messias Jr. |
Assistir a uma apresentação do Forka é como espantar os demônios.
Ronaldo Coelho (voz), Samuel Dias e Alan Moura (guitarras), Ricardo Dickoff
(baixo) e Caio Imperato (bateria) mandaram sons do seu terceiro e consagrado
álbum, Black Ocean.
O quinteto
caminha para sua melhor fase com esse trabalho, que mostra um som mais brutal
sem perder a essência dos trabalhos anteriores.
Outros destaques foram Nation of Ashes, Last Confrontation, Feel
Your Suicide, além da entrega da banda a cada canção executada, que é
contagiante.Vale lembrar que em novembro, os europeus terão a oportunidade de sentir a fúria do quinteto.
Veteranos cheios de energia
Panzer João Messias Jr. |
O Panzer deu início à reta final do evento. Pioneiros na mescla de
thrash e stoner, o quarteto hoje formado por Rafinha Moreira (voz), André Pars
(guitarra), Rafael DM (baixo) e Edson Graseffi (bateria) insandeceram os
presentes com muita energia que era emanada pelas faixas Burden of Proof e Red Days.
A dupla de “Rafaéis” chamava a atenção
pela correria e empolgação e assim, mandaram mais sons como Reject, Rising e NSA, que encerrou a apresentação. Em setembro a banda lança seu tão
esperado terceiro álbum, que levará a banda para níveis mais altos.
Em muitos momentos ao assistir ao show, ficava pensando no porque desses caras terem ficado uma década parados.
Em muitos momentos ao assistir ao show, ficava pensando no porque desses caras terem ficado uma década parados.
Necromancia João Messias Jr. |
Gente, falar o que do Necromancia... só digo que o primeiro show de metal da
minha vida foi o dos caras, isso lá em 1992.
Marcelo “Índio” D’Castro (voz e guitarra), Roberto Fornero (baixo) e Kiko D’Castro (bateria), que receberam o reforço de Murillo D’Castro (guitarra) em algumas músicas, fizeram sua melhor apresentaçãoem anos.
Cada música
executada era recebida com gritos de exaltação ao grupo. Em um desses momentos,
Índio não resistiu e ajoelhou agradecendo todo o carinho e respeito.
Marcelo “Índio” D’Castro (voz e guitarra), Roberto Fornero (baixo) e Kiko D’Castro (bateria), que receberam o reforço de Murillo D’Castro (guitarra) em algumas músicas, fizeram sua melhor apresentação
Também com
clássicos do calibre de Playing God,
Under the Gun, No Way Out, Death Lust e
Greed Up to Kill não havia como ficar quieto, a não ser que sua praia fosse
outros estilos.
Ação Direta João Messias Jr. |
Com chave de ouro o Ação Direta
encerrou essa bela noite metálica. Gepeto, Pancho (guitarra), Gallo (baixo) e
contando com Edu Nicolini (Voodoopriest) na bateria esgotaram as últimas
energias dos presentes com um repertório de toda a sua carreira.
O set contou com sons dos primórdios como Face a Face, Dias de Luta até o mais recente trabalho, World Freak Show, com Forced Needs, Desconstrução e Useless Complex.
Outros destaques foram Intervenção, Pesadelo e Zeitgeist.Interessante que hoje a banda soa mais metal do que hardcore e mesmo assim, não perdeu sua essência.
O set contou com sons dos primórdios como Face a Face, Dias de Luta até o mais recente trabalho, World Freak Show, com Forced Needs, Desconstrução e Useless Complex.
Outros destaques foram Intervenção, Pesadelo e Zeitgeist.Interessante que hoje a banda soa mais metal do que hardcore e mesmo assim, não perdeu sua essência.
Só faltou mais gente
Uma baita estrutura, apresentações
memoráveis de um evento quase impecável, que só não foi perfeito pois embora
houvesse um bom número de bangers, foi abaixo do esperado. Não adianta dizer
que estava frio ou que era longe, não há desculpas.
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