“Evento que também contou com os grupos Breakout, Leatherfaces e Rider mostrou que o período
continua vivo e quente no coração dos bangers”
Texto e fotos: João
Messias Jr.
Exciter João Messias Jr. |
O dia 7 de setembro tem tudo para entrar para a história da música pesada
no ABC. Apesar da região ter recebido nesses anos apresentações de grupos como Venom, Dream
Theater, Ramones, Orphaned Land e Exodus, o giro do Exciter tem tudo para ficar
na mente das pessoas que puderam presenciar a terceira visita do quarteto.
Atualmente formado por Kenny “ Metal Mouth” Winter (voz), John Ricci (guitarra), Clammy (baixo) e Rick Charron (bateria), chamam a atenção principalmente pela simplicidade, pois em nenhum momento se comportaram como rockstars.
Atualmente formado por Kenny “ Metal Mouth” Winter (voz), John Ricci (guitarra), Clammy (baixo) e Rick Charron (bateria), chamam a atenção principalmente pela simplicidade, pois em nenhum momento se comportaram como rockstars.
Antes
da apresentação do sábado, o grupo compareceu na quinta-feira (5) numa noite de autógrafos em Santo
André. O local escolhido foi o Vol.4 Rock Bar, mais conhecido como Bar do
Carlão, que é cultuado pelo pessoal da região.
De volta para ao
passado
Confesso que foi
muito engraçado ver Kenny, John, Clammy e Rick chegando ao bar. Com o visual “importado”
dos anos 80, os canadenses foram simpáticos e atenciosos com todos que iam nos
caras para conversar ou simplesmente dar um oi.
Um
momento interessante aconteceu com este que escreve essas linhas. Ao pedir para
tirar uma foto com o vocalista, o mesmo estava tão preocupado como sairia a
foto, que mostrou para mim e para a amiga que gentilmente tirou o retrato qual
seria a melhor forma. Jamais vou esquecer disso!
Tinha tudo para dar
errado
Leatherfaces João Messias Jr. |
Minha
preocupação no sábado (7) era chegar no horário, pois estava trabalhando em
outro evento em Santo André. Parecia que tudo daria errado, pois lá, a
programação atrasou, no caminho para São Bernardo o trólebus quebrou duas
vezes, mas felizmente às 17h30 eu estava na frente do Princípios.
Foi
legal ver a Marechal Deodoro cheia de headbangers, inclusive pessoas da capital
e interior. Já eram quase 18h, quando a casa abriu suas portas e as
expectativas se confirmaram com um ótimo público.
Os shows
Às
18h30 a maratona de shows teve início com a banda Rider. De Osasco, o quinteto, bem jovem por sinal, formado por César
Caçador (voz), Luke Couto e Fernando Steelbones (guitarras), Klébio Lonewolf
(baixo) e Victor Oliveira (bateria) mandaram um metal tradicional com leves
toques speed, que trará a lembrança de grupos como Helloween, Viper e Running
Wild.
Rider João Messias Jr. |
Esta apresentação marcou o lançamento do EP
Streets of Nowhere, que a banda distribuiu aos presentes que se interessaram
pelo som do grupo.
A
segunda banda da noite foi o Leatherfaces,
que pratica um thrash com agradáveis incursões ao crossover. Rafael Romanelli
(voz e guitarra), Arthur Betiolli (guitarra), Giovanni Soares (baixo) e Cave
Hoffman (bateria) mandaram sons que enlouqueceram os presentes como Stand Up
and Rise (que é o primeiro vídeo do grupo), Satan Is Coming e Leatherface.
Só
que apesar da pancadaria ser o forte da banda, os caras se saem bem em temas
trampados como Slaves of the Lost Time (música que fará parte do próximo
trabalho) e Without Hope. A banda coroou a apresentação magistral com uma
versão para Que Se Foda, da banda Kissif, inclusive com a presença do baterista
Pedro Zupo (também Armadilha) nos backing vocals.
Breakout João Messias Jr. |
Às
20h20 o Breakout mostrou aos
presentes seu metal tradicional, que possui flertes com o rock and roll e o
speed metal, que conta com Fabs Nocte (guitarra), Carlos Butler (baixo) e Lucas
Borges (bateria) e a belíssima Maira Oliveira (voz) fizeram uma apresentação
parecida com a anterior, quando fizeram abertura para o Violator. A
apresentação começou forte, com Amnesia, Schizophrenia e Eyes of Evil, que
contou com uma bela interpretação da vocalista nos agudos.
Choose Your Side
poderia ter sido o ponto alto do show, mas infelizmente a guitarra de Fabs teve
problemas e dessa forma, o som do instrumento sumiu por alguns momentos. Mas
mesmo assim a banda foi profissional e tocou a música até o fim. Com o som
melhor (um pouco), mandaram Offer No Resistance, If Heaven Is Hell (Tokyo
Blade) e Don’t Call it Luck, que encerrou o show, que poderia ter sido muito
melhor se não fossem os problemas com o som.
A grande hora
Exciter João Messias Jr. |
Às
21h20 o Exciter sobe ao palco do
Principios. Animados, Kenny Winter, John Ricci, Clammy e Rick Charron mostraram
ao público que um show de heavy metal tem de ter tesão e isso foi provado logo
após Stand Up and Fight, do debut Heavy Metal Maniac, com destaque para a
atuação do vocalista, cujos agudos lembram Rob Halford (Judas Priest) e Sy
Keeler (Onslaught).
Mas
a noite estava apenas começando e The Dark Command e Aggressor extasiavam os
bangers, que bradavam o nome da banda a cada canção executada. E essa resposta deixou todos os músicos
emocionados, em especial Kenny, como pode ser visto em I’m the Beast. Pounding
Metal, de Violence and Force mostrou que nem apenas de velocidade vivem os
canadenses. Até a “nova” Evil Omen, de Thrash Speed Burn foi bem recebida pela
galera, que conhecia a risca o repertório do show.
Exciter João Messias Jr. |
Além
das músicas, vale dizer que a banda é muito coesa, além do já citado vocalista,
tocando com paixão e precisão, seja na condução segura de Rick, nos riffs e
solos “mão cheia” de John e do baixo “V8 envenado” de Clammy, que dessa forma
continua o legado de caras como Lemmy (Motorhead).
Long
Live the Loud e Violence and Force foram, ou pelo menos seriam as últimas da
noite e foram cantadas de ponta a ponta pelos bangers, que não arredaram o pé
da frente do palco.
Após tocarem esses clássicos, Kenny perguntou aos bangers o
que desejavam ouvir...aí mandaram novamente Heavy Metal Maniac, que com um mosh
encerrou essa bela apresentação do quarteto canadense.
Se
depender do que foi visto nesta noite...os anos oitenta ficarão vivos por
muitas e muitas décadas. E o melhor, com muitos “filhos” para continuarem com essa saga.
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