22 de novembro de 2013

PANZER: DEVASTAÇÃO THRASH

Após um período de hibernação, quarteto paulista retorna e lança Honor, que mescla o thrash com o stoner metal

Por João Messias Jr.

Honor
Divulgação
Com todo o respeito ao Megadeth, mas se havia uma banda que merecia abrir os shows do Black Sabbath no Brasil, tinha de ser o Panzer. Não digo isso por conhecer alguns membros da banda, mas porque a banda formada atualmente por Rafinha Moreira (voz), André Pars (guitarra), Rafael DM (baixo) e Edson Graseffi (bateria) apesar de terem como som predominante o thrash, possuem contornos mais voltados ao stoner, o que faz a conexão com o grupo de Ozzy Osbourne.

Essa mistura não soa forçada e muito menos “pegando carona” no som do Pantera ou Black Label Society, tudo aqui tem a cara do Panzer. Vale lembrar que muito antes da mistura de stoner com thrash estar em evidência, os caras já faziam essa miscelânea, lá nos anos 90.

Bem, vamos ao disco. Honor começa com a intro The Morning After, que abre o caminho para as agressivas The Last Man on Earth e Heretic, que possui alguns momentos que lembram o Fight. Os momentos “sabbathicos” aparecem em Intruders, Victim of Choices e Mind Slavery, que farão  a alegria dos bangers, alternando passagens cadendiadas e psicodélicas com peso, muito peso. Outro som nessa vibe é Savior, que conta com a participação de Silvano Aguilera (Woslom), num dueto interessante, devido ao contraste de sua voz com a de Rafinha.

Rising e Burden of Proof já são conhecidas da galera, pois sairam respectivamente no single e no EP Brazilian Threat. A primeira chama a atenção por ser um dos sons mais agressivos do quarteto e a segunda, graças as suas passagens cadenciadas, que sugerem uma roda nas apresentações.

Vale dizer que a banda acertou na produção, que é orgânica, sem frescuras e transmite com honestidade como os caras são ao vivo, além da segurança dos envolvidos em suas funções, desde o trabalho da cozinha, as vocalizações e principalmente os riffs e solos, que estão inspiradíssimos.

Encerro estas linhas dizendo o seguinte: da mesma forma que o quarteto inglês não estava preocupado em criar algo diferente, apenas tocar músicas pesadas e intensas, os paulistas do Panzer seguem essa linha, sem pensar em modismos ou tendências, só “tocar as canções de forma apaixonada”, dessa forma  alegrando os caras que estão do outro lado quando os mesmos colocam a bolachinha pra rodar.

E isso vale muito mais do que milhões na conta bancária, tenham certeza disso!

Seria pedir demais para que Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e o "barrado do baile" Bill Ward conhecessem esse petardo?

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