14 de janeiro de 2014

CHAOS SYNOPSIS: MUSICANDO HISTÓRIAS QUE MUITOS FAZEM QUESTÃO DE ESQUECER

Grupo do interior paulista lança álbum conceitual que apresenta como tema serial killers

Por João Messias Jr.

Art of Killing
Divulgação
Olha, nada contra grupos que expressam sobre fadas, flores e jardins em suas músicas. Concordo que em alguns momentos é necessário fugir da realidade, mas é necessário que existam bandas que contem sobre as verdades que acontecem neste mundo, mesmo que às vezes não seja algo legal de se contar.

Partindo desse conceito, o quarteto Chaos Synopsis, de São José dos Campos, que usou como tema em seu segundo disco, Art of Killing os serial killers. Só que a trupe formada por Jairo (voz e baixo), JP (guitarra), Marloni (guitarra) e Friggi Mad Beats (bateria, também Attomica) capricharam ao abordar o assunto, dedicando uma música do disco para cada assassino.

O clima de terror começa logo na capa, feita por Rafael Tavares com um corpo segurando em uma mão a faca e na outra a própria cabeça que acabou de decepar, num equilíbrio de cores, que faz o ouvinte entrar no clima. Após a habituação, o CD abre com Son of Light, que é dedicada ao brasileiro Febrônio Ferreira de Matos, conhecido como Febrônio Índio do Brasil, que era um monstro, que torturava, violentava sexualmente suas vítimas e durante a noite era um leitor da Bíblia. Tudo isso musicado no melhor do death/thrash, em que a banda se destaca pelo cuidado nos arranjos e nos vocais de Jairo, que são desesperadores, a lá Lars Goran Petrov (Entombed).

Já Rostov Ripper, dedicada ao ucraniano Andrei Chikatilo, mantém o clima assustador, só que com mais passagens cadenciadas e vocais inspirados, que vão dos gritos de terror ao narrações mórbidas, de forma uniforme. A seguinte, Bay Harbor Butcher, cujo personagem é o americano Dexter Morgan é mais técnica e cadenciada, com um trabalho de guitarras de fazer inveja ao The Laws of Scourge (Sarcófago), assim como a empolgante Red Spider, em que o homenageado é o polonês Lician Staniak

O inesperado toma conta B.T.K. (Bind, Torture, Kill). No meio da pancadaria aparece um solo inesperado, inspirado no country americano e a levada marcial de Monster of the Andes, que soa como uma trilha do Holocausto se destacam na reta final do disco, que se encerra com a instrumental Art of Killing, que faz uma espécie de geral no trabalho, resgatando os climas das faixas anteriores.

Art of Killing é um disco que fará a alegria dos fãs de death/thrash, que apresenta uma riqueza de detalhes em suas canções e nos temas, que embora fortes, são necessários para mostrar que nem apenas de flores vive o mundo, mas de catástrofes e tragédias, que de certa forma, nos inspiram a tomar novas atitudes e rever conceitos.

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