28 de maio de 2014

EXECUTER: OITENTISTA SIM, DATADO JAMAIS

Helliday, novo trabalho de quarteto paulista mostra como beber nas fontes clássicas do estilo sem soar como cópia e transmitir personalidade

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação

Helliday
Divulgação
Em seus 27 anos de carreira, o pessoal do Executer sempre teve o hábito de realizar algumas proezas em sua trajetória na música. Lá nos começo dos anos 90, foram uma das primeiras bandas a fazer demo tapes com capas coloridas, organizar o próprio festival e talvez, a maior delas: manter a mesma formação até hoje.

Após um hiato, o quarteto formado por Juca (voz), Elias (guitarra), Paulo (baixo), Béba (bateria) retornou com força total, produzindo trabalhos com frequência, tendo como mais recente registro o álbum Helliday, lançado no início deste ano.

Mantendo a linha característica do grupo, que é uma mescla do thrash oitentista das escolas americana e germânica, os caras não fizeram o “copie e cole”, mas injetaram personalidade, como pudemos ouvir na abertura com a faixa-título e a seguinte, 4:00 AM (Insomnia), essa com riffs iniciais que beiram o metal tradicional, que depois ganha backing vocals e se transforma num petardo thrash, mostrando o talento dos camaradas de Amparo. O estilo que consagrou bandas como Saxon e Iron Maiden é uma constante em quase todo o disco, inclusive No Sense possui alguns minutos dedicados a essa vertente, tudo bem encaixado, sem emendas ou costuras. Já Dawn Speech é agressiva e perfeita para o banging.

Outra vertente que aparece aqui é o crossover, como os backing secos de Brain Washing Machine e Deadly Virus. A thrasher The Big Pocket of the Shark encerra de forma magistral o disco. Dona de riffs que alegrará os fãs mais devotos do estilo, ganha de vez o ouvinte com o ritmo veloz e hipnotico conduzido pelos caras.

E tudo isso não está restrito nas canções, pois tudo o que está presente em Helliday (capa, encarte, fotos e produção) mostra um retrato de que é possível sim ser fiel às suas origens olhando para frente e sem comprometer ou descaracterizar o que foi feito lá atrás.

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