29 de junho de 2016

O RESGATE DA ESSÊNCIA

Duo brasileiro busca em seu debut o resgate da escola grega de Black Metal praticado na década de 1990

Por João Messias Jr.

Where Angels fear to Tread
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Não importa qual era ou momento, sempre haverá alguma banda fazendoresgate de algum período da música. Em meio a tanta gente querendo viver os primeiros tempos do Black Metal escandinavo ou o Classic Rock, ouvir trabalhos como "Where Angels Fear to Tread", primeiro registro do Apokathilosis.


O duo é composto pelos experientes Marttjn Rvbjn (guitarra, ex-Dismal Gale) e Felipe Roquini (voz, guitarra, baixo, bateria, ex-Dismal Gale e  A Distant Sun) e a abordagem escolhida é baseada na escola grega do Black Metal dos anos 90, inspirada em nomes como Rotting Christ e Varathron, ou seja, passeia por momentos ríspidos e agressivos, porém com climas e atmosferas.

Tendências que são mostradas logo na faixa de abertura, Awaken Tree, que ainda conta com os vocais "enterrados" atrás do instrumental. Já a música que nomeia o trabalho possui uma batida reta, solos no estilo "barbeador" e vocais quase vomitados. Ashes possui um instrumental mais arrastado e um clima quase doom, que ficam mais fortes  graças aos  climas tétricos dos teclados, assim como The Untameable Human Spirit

Synchronicity, dona de momentos brutais, ganha contornos  melódicos que beiram o virtuosismo,  além de encerrar o álbum de forma brilhante.

Outros atrativos ficam por conta da apresentação física (em digipack), capa chamativa e a produção esmerada, que fazem com que "Where Angels Fear to Tread" mereça um lugar ao sol, ou melhor, na escuridão. Principalmente por cumprir com louvor a sonoridade que se propôs a fazer.

23 de junho de 2016

OUSADIA

Z.3.R.O., novo álbum do vocalista Fabiano Negri aposta no uso de sintetizadores sem abrir mão da proposta de trabalhos anteriores

Por João Messias Jr.

Z.3.R.O.
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Enquanto muitos artistas/bandas ficam reclamando que a cena underground é uma droga, que não vai gravar CD, pois ninguém vai comprar, não vai fazer show que não aparecerá almas vivas, o multi-instrumentista Fabiano Negri vai fazendo seu trabalho. Longe de polêmicas, o artista vem espalhando a sua arte para todos os ouvidos sedentos por arte.

A sua nova empreitada, o álbum Z3RO, mostra um músico interessado em expandir os horizontes. Cujo primeiro indício dessa nova fase fica pela capa instigante feita pelo artista Wagner Galesco, que passa a impressão dos inúmeros questionamentos que fazemos em nossa vida, desde ao acordar até o descansar.

Sem medo de agradar X ou Y, Fabiano apostou no uso de sintetizadores, o que deixou sua música moderna e atraente. Mas não pensem que os elementos da música negra foram deixados de lado, muito pelo contrário. Eles continuam presentes, mas renovados graças ao interessante contraste, que agradará fãs de artistas como David Bowie, Kraftwerk até Depeche Mode e Nine Inch Nails.

Mesmo com todos esses climas inusitados, Z.3.R.O. é um disco que prima pela qualidade dos arranjos e composição. Todos executados pelo artista, que ainda produziu, deixando apenas a masterização para o competente Ricardo Palma. 

Voltando a falar das canções, cada uma mergulha em climas diferentes, como Don't Try Me, cujo clima nos remete ao Sisters of Mercy, enquanto Forbidden Grace e sua melancolia e uma excelente interpretação vocal nos cativam de imediato, fazendo desta uma das melhores canções feitas por ele.

Já My Dark Passenger recebe batidas eletrônicas instigantes e vai aos poucos ganhando outros instrumentos. A faixa que nomeia o disco é mais densa e agressiva enquanto Hopeland mostra que a melancolia é uma das grandes sacadas da carreira solo do músico. The Muse é outro ponto alto do disquinho, pois é dona de uma levada gostosa, que nos faz cantar junto. 

Soam um pouco distintas as faixas Faithless Alley  e Future Paradise. Enquanto a primeira é bem mais soul e contrasta climas melancólicos e eletrônicos, a segunda lembra um pouco bandas como Soft Cell. 

O encerramento com The Blue Bird é épico. Ao longo dos seus onze minutos é possível encontrar música brasileira, jazz, soul, guitarras pesadas a lá Black Sabbath/Iron Maiden, que é disparada uma das canções mais ousadas da carreira do músico, que fez deste seu melhor álbum lançado até aqui.

Para aqueles que vivem dizendo que a cena é uma merda, que não há renovação e se prende aos artistas "blockbusters", que tal tirar a bunda do sofá e buscar por artistas tão bons ou até melhores dos que aparecem por aí?

22 de junho de 2016

MAESTRICK: "QUEM GOSTA DE ARTE, BUSCA A ARTE E ENCONTRA A ARTE"

Verdade que a luta de uma banda autoral para conquistar um lugar na cena underground por muitas vezes é difícil e até injusta. Apesar de não existir uma fórmula ou regra para se dar bem, um caminho pode ser a busca pelo valor artístico ao invés do entretenimento, solução buscada pelo MaestricK. Com doze anos de estrada e atualmente formado por Fabio Caldeira (vocal e piano), Renato Montanha (baixo e vocal) e Heitor Matos (bateria e percussão) vem fazendo sua parte com sua música, que apesar do alto nível de elaboração, chega simples aos nossos ouvidos, tamanha a capacidade de cativar o fã de boa música.

Com um álbum na bagagem, Unpuzzle e o recém lançado EP The Trick Side of Some Songs, que contém versões para clássicos de grupos como Jethro Tull, Yes, Beatles, entre outros.

Nessa entrevista com o grupo, o trio comentou sobre o primeiro álbum, o recente lançamento, além dos preparativos para o segundo álbum de inéditas!

Por João Messias Jr.


Unpuzzle!
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NEW HORIZONS ZINE: Como é a primeira entrevista que faço com vocês, vou começar perguntando coisas do passado até chegar no estágio atual do grupo. O primeiro álbum de vocês, "Unpuzzle!", lançado em 2011 foi muito bem comentado em diversos portais e revistas especializadas do Brasil e exterior. Após cinco anos de seu lançamento, o que pensam deste trabalho?
Fabio Caldeira: Tenho muita gratidão por tudo o que o “Unpuzzle!” representou e representa para nós. Foi nossa “prova de fogo”, e tudo ocorreu da melhor forma possível. O termo “álbum” não é usado por acaso. As músicas que estão ali, são como fotos, representam todo um contexto do momento que vivíamos. Não só a banda, mas de todos os envolvidos.
Heitor Matos: Eu sempre me refiro as músicas que a gente faz como se fossem nossos filhos. E assim, como um filho, o disco hoje cresceu e me dá muito orgulho de ter participado dessa criação com meus irmãos (Fabio e Montanha). Adoro o resultado do disco, foi totalmente honesto, do começo ao fim. 
Renato Montanha: Eu tenho muito orgulho deste álbum, pois foi meu primeiro trabalho de gravação de um disco completo. Já tinha gravado "eps" e cds demos, mas não um álbum completo, e pude começar o aprendizado de como gravar e dar vida a um álbum. Outro ponto da importância do “Unpuzzle!” foi o fato de poder mostrar da forma como queríamos a nossa linguagem musical e conceitual do Maestrick para uma gama maior de pessoas.

NHZ: Além das músicas, o conceito em torno do CD é um pouco diferente do que era explorado por aqui. Vocês usaram como tema uma exposição de artes em um museu. Queria que contassem o porquê de usarem esse tema.
Fabio: Nós acreditamos que cada pessoa é um universo distinto, então partindo daí, se respeitar o que é natural e espontâneo pra você, com certeza terá algo diferente a dizer. O conceito do disco foi uma consequencia então, tanto do que tínhamos a dizer, quanto da forma como queríamos dizer.
Heitor: Esse tema foi surgindo... Antes tínhamos a ideia de fazer o disco baseado num personagem que fazia um tratamento de choque, mas aí foi rolando e o Fábio na época veio com umas ideias "loucas" (no melhor sentido). A gente foi deixando ele viajar sobre a história, sempre ouvindo e ajudando, como sempre fizemos e sempre faremos.
Montanha: Nós sempre gostamos de trabalhar com uma temática e quando o Fabio nos mostrou a ideia de um mundo fantasioso com personagens de tinta que ganhavam vida dentre outras coisas, percebemos que poderíamos ter uma liberdade criativa maior pra pensar fora do comum e tentar misturar estilos, cores e texturas nas composições.

NHZ: Achei muito interessante a forma como definem sua música: Aquarela Sonora. Ouvindo Unpuzzle, é possível “enxergar” muitas cores, texturas e variações por todas as canções do trabalho. Exemplos ficam por conta de Aquarela e dos 21 minutos de Lake of Emotions. Como juntar momentos calmos, intensos e instigantes numa única canção e ainda dar liga a todos esses momentos?
Heitor: Acho que esse lance de como juntar os momentos é algo pra se pensar como se fosse a nossa vida.  Quando você está confortável com aquilo que está fazendo, as coisas fluem como se fossem os sentimentos que passam por nossas mentes na vida real. É claro que, quando temos um norte pra seguir, fica muito mais fácil. Acho que as energias fluem naturalmente pra que as sensações que estamos sentindo transpareçam na musicalidade da banda.
 Montanha: Quando se trabalha fora do padrão no qual a musica não precisa seguir uma fórmula pré-definida, ganha-se a possibilidade de se inspirar com a temática  possibilitando visualizar cores, sentimentos e texturas. A partir deste ponto, podemos construir uma historia contada pelas letras, melodias e nuances da música como se, por exemplo, estivéssemos contando um acontecimento feliz para alguém e esse ouvinte pudesse fechar os olhos e ter a imagem do locutor com um sorriso no rosto, mostrando a alegria e agitação na sua fala.

NHZ: Isso acaba linkando com uma questão interessante. Muitas pessoas não atualizam seus conhecimentos pela TV ou internet. Mas sim buscando referências ao passado por meio de trabalhos conceituais.
Fabio: Essa é a prova de que as melhores obras são atemporais. Se você ler, por exemplo, A Divina Comédia de Dante Alighieri, que é uma obra do século XIV, vai ver que ainda é atual. Traga isso para a música, pra nossa época e vai ver que muita coisa feita hoje é descartável, superficial. Não é uma crítica, mas um fato. Vivemos na era da “superinformação”, temos muitas notícias, acesso fácil a qualquer assunto, mas ao mesmo tempo pouco aprendizado, poucas lições e alienação generalizada.
Montanha: Isso acontece mesmo, ouvindo bandas mais atuais podemos ver as grandes influências de grupos do passado e só mostra o quanto precisamos conhecer o passado musical das bandas que ouvimos e estudar o que as bandas novas acrescentaram nas suas composições.

The Trick Side of Some Songs
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NHZ: Um hiato de cinco anos ficou entre o debut e o mais recente trabalho, o EP de covers chamado The Trick Side of Some Songs. Porque tanto tempo sem lançarem material?
Fabio: O Maestrick sempre busca unir mais de um universo artístico em seus projetos, então é natural que isso acabe levando mais tempo.
Heitor: Eu considero o Maestrick como uma criança ainda, estamos conhecendo o mundo e entendendo do que somos capazes. O hiato foi uma coisa natural, mostramos pro mundo nosso primeiro trabalho e acabaram acontecendo turbulências como todo começo, pensamentos diferentes... É como um relacionamento com cinco pessoas, tem seus conflitos de ideias, objetivos diferentes, etc. Além disso, acho que posso falar pelos caras também: Não acho que as bandas tenham que lançar disco a cada dois anos, nós achamos que tem que vir de dentro, o Maestrick nasceu assim e pretendemos mantê-lo assim. E por outro lado, temos dois discos praticamente feitos de uma só vez!
Montanha: Nós lançamos um material que demandava um tempo maior para mostrar os nossos conceitos musicais e ocasionou de usarmos mais de um ano para fazer as pré-produções do segundo disco. O EP foi um gesto para mostrar a quem nos acompanha que não estávamos parados.

NHZ: De onde surgiu a ideia de lançarem um EP de covers?
Fabio: Nós precisávamos de uma linha divisória entre o projeto do “Unpuzzle!” e do próximo disco, “Espresso Della Vita”, que será lançado ainda esse ano. Aí a ideia de gravar esses covers e fazer essa homenagem. O Maestrick sempre preza por músicas autorais, mas era o momento de “relaxarmos” um pouco pra começar algo novo. Além de poder trazer os fãs dessas bandas, como nós, ao universo do Maestrick.
Heitor: É também uma homenagem aos vovôs do Rock e Prog que tivemos influência direta e indireta, então pensamos, porque não fazer?
Montanha: Surgiu ainda da ideia de podermos mostrar algumas influências da banda e mostrar a nossa interpretação de alguns artistas que nos influenciaram.

NHZ: Esse trabalho conta com versões de ícones do Classic Rock como Beatles, Yes, Pink Floyd, Queen, Rainbow e Jethro Tull. Como foi chegar nesse repertório e se houve alguma coisa que ficou de fora e pretendem lançar no futuro?
Fabio: Certamente nós vamos fazer outros EPs como esse, só não sabemos quando, porque o foco agora é totalmente no disco novo.
Heitor: São bandas que realmente escutamos. É até difícil escolher as músicas, mas tem muitas influências que podem aparecer com o Maestrick mais pra frente!
Montanha: Nós chegamos ao repertório escolhendo algumas músicas que já tocávamos nos shows e algumas que gostávamos de ouvir e queríamos colocar a nossa forma de tocar. Até poderíamos colocar mais músicas, mas para um EP seria um pouco exagerado. No futuro podemos gravar outras músicas.

NHZ: Ouvindo o trabalho, percebe-se a fidelidade com os temas originais, soando como uma espécie de tributo a esses ícones do rock mundial. Por que esse tipo de abordagem e qual o feedback recebido do trabalho?
Heitor: Particularmente acho que as músicas originais são como algo sagrado, então penso que fica legal fazer uma homenagem às bandas que gostamos com a nossa linguagem, mesmo porque a original já soa como deve soar, é um desafio bem legal e ao mesmo tempo apavorante.
Montanha: Nós mantivemos a essência das músicas para que todos conseguissem reconhecê-las, mas ao mesmo tempo inserimos o modo Maestrick de tocar para que sentissem algo diferente sem uma grande estranheza. Nós recebemos muitos feedbacks positivos e ficamos muito felizes com esta repercussão.

NHZ: Vocês chegaram a enviar para algumas das bandas/artistas as canções que gravaram?
Montanha: Ainda não.
Fabio: É um objetivo!
Heitor: Faremos, com certeza! 

MaestricK
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NHZ: Belos momentos ficam por conta de Yes! It’s a Medley (Yes) e Aqualung (Jethro Tull). A primeira por mostrar toda a variedade, beleza e ousadia do quinteto britânico e a segunda pelo contraste de situações inusitadas na canção. Conte-nos como foi interpretar esses temas.
Fabio: A escolha das músicas para o medley do Yes foi resultado de uma pesquisa grande. Queríamos algo que soasse natural, como uma música só e seus movimentos diferentes e não como uma colcha de retalhos com conexões forçadas. Por isso começamos com a Soon, que é mais tranquila e finalizamos com a Give Love Each Day com sua atmosfera apoteótica.
Heitor: Foi difícil escolher as músicas pro medley do Yes, são músicas bem legais e bem diferentes umas das outras. A Aqualung nós já tocamos algumas vezes ao vivo, mas só fomos ter noção de como ficou legal e diferente depois de terminada.
Montanha: Foi uma experiência incrível. Para poder gravar tivemos que estudar muito para seguir as linhas das músicas originais, foi uma aula gigantesca e um trabalho com muita dedicação e respeito.

NHZ: O ponto alto fica por conta de While My Guitar Gently Weeps (Beatles). Além da bela interpretação vocal, vocês inseriram no fim da canção o trecho inicial de Still Loving You (Scorpions). Como surgiu a ideia de inserir essa passagem na música?
Fabio: Muito obrigado pelo elogio. Essa música foi uma escolha óbvia como a Aqualung, porque já a tocávamos nos shows. Como ela encerraria o EP antes da reprise da música Near-Brain Damage, pensamos em levá-la pra uma espécie de gran finale. Sobre o final com a guitarra dedilhada, foi uma mera coincidência, mas achei legal você ter interpretado dessa forma. 
 Heitor: O legal disso tudo, de fazer interpretações das bandas, é isso. Não tínhamos ideia dessa passagem do Scorpions, não tínhamos achado essa influência escondida ainda, é uma banda que eu particularmente gosto muito, mas não foi intencional, com certeza não! (risos)

NHZ: Estão preparando um novo trabalho, Espresso Della Vitta Solare, um álbum duplo, que será divido em duas partes e que terá na produção Adair Daufembach (Project 46, Trayce). O que podem nos adiantar desse vindouro trabalho e o porquê da escolha de Adair no comando dos botões?
Fabio: O disco será uma viagem de trem de um dia, onde o primeiro disco, o Solare, terá doze músicas relativas as doze horas do dia. Teremos muitas referências artísticas, experiências musicais, participações especiais e muita, muita pesquisa. Desde os significados das horas até os instrumentos que usaríamos em cada música. O Adair é uma pessoa iluminada, tem um coração do tamanho do talento dele e o conhecemos através do Gustavo Carmo, produtor do “Unpuzzle!”.
Heitor: O que eu acho que seria legal adiantar é que com certeza estamos mais ansiosos do que a galera que está esperando o disco, vai ser diferente do Unpuzzle, com certeza!
Montanha: Posso adiantar que estamos muito felizes com o novo trabalho e que aumentamos a gama de novidades melódicas e instrumentais neste disco. Sobre o Adair, ele é um produtor com um excelente gosto musical e ouvidos para timbres, tem mostrado a cada dia uma qualidade ímpar para produzir, além de já ser um amigo para nós.

NHZ: Hoje a banda é um trio. Isso afetará alguma coisa na dinâmica e execução das canções? Faz parte dos planos do grupo inserir mais algum músico?
Fabio: Não afetará em absolutamente nada. Para o disco, pela sinergia que rolou com o Adair, ele mesmo gravará as guitarras.
Heitor: Mas faz parte sim da ideia, gostamos de compor no coletivo, é sempre legal ter identidade diferente.
Montanha: Mas o fato de ser trio não esta afetando em nada no nosso trabalho. Nós só vamos analisar o assunto de inserir alguém mais para frente, pois estamos focados na gravação agora.

NHZ: Nessa parte da entrevista vou citar algumas situações que as bandas independentes vivem hoje e queria a opinião de vocês à elas:

- Crowdfunding
Fabio: Feito com bom senso é uma alternativa justa, pois beneficia todas as partes envolvidas.
Heitor: É uma saída muito legal para bandas mais undergrounds. 
Montanha: Eu acho um mecanismo válido de pagar a produção de um disco pois a falta de incentivo é grande.

- Shows autorais vazios

Fabio: É uma via de mão dupla essa questão. É triste que um show não tenha público suficiente, mas é essencial se perguntar o motivo do desinteresse do público.
Heitor: Acho que não é culpa só dos fãs, as bandas, principalmente brasileiras, têm que inovar. 
Montanha: Isso reflete a desvalorização do que é do Brasil, aqui existem bandas semelhantes ou até melhores que as bandas do exterior.

- A arte (cada vez mais) tendo seu espaço tomado pelo entretenimento

Fabio: Eu vejo essa questão de uma forma simples. Quem gosta de arte busca a arte e encontra a arte. Ela sempre vai existir, seja em um grafite com uma frase de protesto, seja em um quadro na sala de uma casa, seja em uma música. O que não pode deixar de existir é o interesse. As coisas são cíclicas e é normal que modas venham e vão, mas o que é essencial, espontâneo e feito com amor sempre fica, e aí passa no teste do tempo e se torna atemporal como falamos anteriormente.
Heitor: Isso me preocupa bastante!

NHZ: Muito obrigado pela entrevista! Deixe uma mensagem aos leitores do New Horizons Zine!
Fabio: Agradeço demais pelo espaço e pela atenção! Desejo o melhor para todos! O “Espresso Della Vita: Solare” vem aí e espero que todos se identifiquem com as histórias que serão contadas! Luz, Paz e Arte, amigos!
Heitor: Valeu galera do New Horizons, espero que gostem dos próximos passos do Maestrick!
Montanha: Um grande abraço e muita música
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