29 de setembro de 2016

UM BRINDE ÀS RAÍZES DO DEATH METAL

Cariocas executam em novo trabalho uma espécie de tributo ao metal extremo das décadas de 1980 e 1990

João Messias Jr.

Coldblood
Divulgação
Se você gostou do álbum anterior dos caras, Chronology of Satanic Events, terá em Indescribable Physiognomy Of The Devil um dos seus álbuns favoritos de Death/Black Metal. Pois sem exagerar, o quarteto hoje formado por Diego Mercadante (voz e guitarra), Artur Círio (guitarra), Vitor Esteves (baixo) e Markus Coutinho (bateria) ao mesmo tempo que resgatam referências como Slayer, Celtic Frost, Death e Black Sabbath, mas sem soar como uma cópia das bandas citadas.

Isso ocorre por estarmos diante de uma banda que faz música por paixão e não por negócio, sentimos esse ingrediente em cada nota executada, cada linha vocal vociferada e na aura maligna que é presente nas treze faixas do trabalho, que deve ser presença garantida na listinha de melhores do ano dessa vertente musical.

Os vocais agonizantes e desesperados formam um contraste interessante com o instrumental crú e trabalhado, o que gera músicas que podem até ser feitas para bangear, mas principalmente para serem ouvidas por completo, tamanha intensidade, como Sulfur e a faixa que nomeia o disco. Outros destaques ficam por conta Bury the Universe, cujo final tem passagens mais intimistas que beiram o flamenco. Nuances atmosféricas também são sentidas durante quase todas as canções.

Se você curtiu o instrumental vai curtir os bônus do disquinho, que são versões sem vocal de três faixas do álbum. 

Outro aspecto que deixa o trabalho marcante fica por conta dos solos melódicos, chegando próximo ao Metal Tradicional e alguns riffs mais arrastados, que se Tony Iommi pudesse ouvir, creio que diria: "Quatro décadas se passaram e nossa música ainda está presente nas bandas mais novas".

Não se pode deixar de citar as outras etapas do trabalho. O acabamento em digipack e uma das melhores capas feitas pelo artista Rafael Tavares (Chaos Synopsis) e as etapas de gravação, mixagem e masterização. Estas últimas a cargo do baterista do Destroyer 666, Mersus.

Mais um belo trabalho de uma banda brasileira feito para a música extrema!

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