22 de novembro de 2016

UMA CRÔNICA DO COTIDIANO

Sonoridade com um pé no Hard e outro no Pop com letras inspiradas são o grande trunfo do álbum solo de Gus Nascimento

Por João Messias Jr.

A verdade é que para fazer música em português tem de ter culhão. Tem de saber encaixar as melodias com o idioma e o mais importante: letras boas. Sejam ficcionais ou reais, mas elas tem de "grudar" na mente de quem está do outro lado, seja no celular ou no aparelho de som.

Tarefa complicada? Não para o Gus Nascimento (MadJoker) que fez bonito em seu primeiro debut solo. Cuja sonoridade mescla o Hard Rock com um tempero atual e letras que soam como uma espécie de crônicas do cotidiano. 

Inteligentes e ao mesmo tempo poéticas, elas fazem o ouvinte pegar o encarte e acompanhar a viagem. Um exemplo fica por conta de Com as Cartas Que Estão Na Mão, não há como não resistir a combinação de melodias grudentas e letra inteligente. Crianças é outro exemplo. Citando uma crise de relacionamento, possibilita "enxergar" todos os problemas enfrentados pelo casal tamanha inspiração. Isa, com seu potencial radiofônico, mantém o nível nas alturas. Ápice que chega na emocionante Ventos Alísios, cuja letra ficou na mente por dias. Outros destaques ficam por conta da pesada Último Minuto Pra ViverReconserto (com participação de Caco Grandino, do NX Zero).

Falando em participações, elas vem em peso aqui. Edu Ardanuy (ex-Dr. Sin) e Juninho Carelli (Noturnall, ANIE) e Gabriel Triani (ex-Tempestt e República) cada um em seu instrumento toram esse trabalho um achado em meio a tantos discos "vazios" desta vertente musical.

Claro, a embalagem também é atrativa com um encarte caprichado e uma excelente captação do áudio.

Embora perca o pique no final, vale a muito a pena conhecer!

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