31 de julho de 2017

JAMAIS JULGUE UMA OBRA PELA CAPA

Técnica, virtuosismo e passagens inusitadas é a receita vencedora do trio paulista

Por João Messias Jr.

Mechanical Healing
Divulgação
Você já deve ter ouvido por aí aquela frase "Jamais julgue um livro pela capa, pois você poderá perder uma história incrível". Pois bem, a citação é a deixa perfeita para a nossa resenha de hoje, o álbum Mechanical Healing, da banda Darchitect.

Se olharmos a capa do trabalho, vem na mente um som na linha de bandas como Heathen e Forbidden. Se esperava algo na linha das bandas acima, pode encerrar a leitura por aqui. Agora, se quer ouvir um baita disco técnico e pesado, continue lendo.

O disquinho abre com Prellude to Illumination, que é começa bem na manha, de forma acústica e depois vira um "sabazão" dos tempos do Ozzy. Porém é Elevate Into Dark que mostra a real intenção dos caras. Death/Thrash com mais peso que velocidade, passagens empolgantes (inclusive quebradeiras) e um solo pra lá de virtuoso que caberia muito bem numa banda de Hard Rock.

A seguinte, S.I.S., a alternância de partes lentas com rápidas e trabalhadas chama a atenção, enquanto Holy Cross apresenta muito groove e peso, sendo perfeita para os shows.

Empolgou? O melhor ainda está por vir com Sabotagem e The Blood on my Hands. A primeira se destaca pela linha de guitarra esperta e inusitada, além de mostrar que música boa pode ser cantada em qualquer idioma. A seguinte é o ápice do trabalho. Em seus mais de sete minutos, temos muito peso, momentos acústicos, viscerais e vozes que vão das limpas até o gutural. Música que encheria de orgulho o saudoso mestre Chuck Schuldiner (Death), que onde quer que esteja, vê que o legado continua.

The Sailor é um curto instrumental que coroa esse belo trabalho e que com toda a certeza deve encher Alex Marras (guitarra), Lucas Coca (baixo/voz) e Gabe Gifoli (bateria) de orgulho, por uma estreia bem cuidada em todos os detalhes. Desde a capa, feita por Joe Pentagno (Krisiun, Motörhead) e um encarte feito por João Duarte (Angra, Korzus, Torture Squad) são ingredientes que fazem de Mechanical Healing um trabalho que tem tudo para cair no gosto dos fãs de um som mais técnico.

Apesar da discordância inicial, a junção capa e música produziram uma história incrível, que com certeza fará com que o nome Darchitect seja reconhecido pelo Brasil e mundo afora.

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